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PODE MELHORAR – Por Geraldo B. H. Coutinho, presidente Regional da Firjan-NF e do Siserj


 
É sabido que os formuladores de políticas públicas do Rio de Janeiro tido certa dificuldade de reconhecer, no agronegócio, uma vertente capaz de contribuir com o desenvolvimento sócio econômico e ambiental de nosso estado.
 
Sempre lamentamos por isto. Entretanto hoje comemoramos o movimento da SEDEIS, secretaria de primeira linha do governo estadual que, associadamente com a Secretaria de Agricultura promoveram um seminário para discutir alternativas de estímulo à produção de etanol. Neste evento foi assinado pelo Governador do Estado, decreto de incentivo fiscal visando principalmente viabilizar o aumento das indústrias e da capacidade de fabricação de etanol da região.
 
Este fato é inquestionavelmente importante. Esperamos, agora, que a este instrumento se somem outros formando um conjunto capaz de viabilizar os objetivos que motivaram a edição do Decreto 43.739. Há que se cuidar do aumento da matéria prima cana-de-açúcar, principal e determinante fator que levou ao fechamento mais de uma dezena de unidades industriais. Temos, na região, um volume insuficiente de cana de açúcar para garantir escala econômica. Sem sanarmos esta questão não conseguiremos consolidar o parque existente, mais difícil ainda imaginar economicidade para as novas indústrias que virão.
 
A experiência vivenciada pelo setor nestes últimos trinta anos nos ensinou que o aumento de demanda não é forma eficiente de gerar novas ofertas de matéria prima. Podemos afirmar com base neste mesmo aprendizado que o inverso é verdadeiro, ou seja, ao fomentarmos uma maior produção de cana com melhor qualidade teremos assegurado a base para atratividade de novos empreendimentos.
 
Nesta mesma linha entendemos, ainda, que é preciso criar caminhos que facilitem o acesso ao benefício das unidades já instaladas que vem resistindo às adversidades ao longo destas três últimas décadas. São unidades centenárias que sobreviveram, com muita luta e obstinação, mas que não passaram imunes. Carregam hoje contingências que precisam ser equacionadas. Não defendemos nenhum favor, mas sim a oportunidade para que estas possam se inserir dentro de um novo tempo que se anuncia para o setor.
 
O Decreto do governador repita-se, é de altíssima relevância, merecendo ser apoiado e aplaudido. Insistimos porém, para que seus objetivos sejam alcançados, no médio prazo, deve ser complementado com programa de fomento ao crescimento da cana-de-açúcar e de revitalização das unidades existentes. Diferente disto, existirá sempre o risco de não avançarmos, ou pior, de perpetuarmos o indesejável quadro de fragilidade do segmento.
 
Por Geraldo B. H. Coutinho – Presidente Regional da Firjan-NF e do Siserj. Artigo publicado no Jornal Folha da Manhã, em 31 de agosto de 2012

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