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BNDES REFINANCIA DÍVIDA E APOIA EXPORTAÇÃO DE FABRICANTE DE MÁQUINAS

As medidas, detalhadas ontem pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, fazem parte do pacote de R$ 83 bilhões de estímulo à economia, anunciado semana passada pelo governo federal. O BNDES anunciou melhores condições de crédito para micro e pequenas empresas e ampliação de prazos de amortização do Cartão BNDES.

Todas as iniciativas contemplam apenas operações indiretas, ou seja, intermediadas por agentes financeiros e nas quais o BNDES divide os riscos do empréstimo com outros bancos. A expectativa é que elas entrem em vigor este mês. A estimativa do banco de fomento é que o volume potencial de crédito com todas as iniciativas seja de R$ 26 bilhões em 2016. Mas isso depende da demanda, que tem sido fraca. Em 2015, a consulta por novos empréstimos caiu 47% em relação a 2014.

— A indústria brasileira sofreu em 2015, principalmente os bens de capital e os bens duráveis, que são mais sensíveis a crédito e confiança — disse Coutinho.

O refinanciamento da dívida das fabricantes de máquinas e equipamentos que aderiram ao PSI pode chegar a R$ 15 bilhões, segundo o BNDES. O PSI era um programa de estímulo ao investimento com crédito subsidiado que terminou ano passado, mas muitas empresas têm tido dificuldade para honrar suas obrigações. Agora, elas poderão postergar o pagamento de até 12 parcelas do saldo devedor.

REDUÇÃO DE ATÉ 25% NO CUSTO

O volume de recursos correspondente a essas parcelas poderá ser amortizado em até 24 vezes, a contar do final do contrato original. Os juros continuarão sendo pagos. Na prática, a empresa ganhará fôlego de até um ano para atravessar a crise. Essa era uma demanda da Abimaq, que reúne fabricantes de máquinas.

Para incentivar a exportação de bens de capital, o banco de fomento reduzirá em até 10% o custo do BNDES nas operações de financiamento à produção no Brasil de máquinas e equipamentos destinados ao exterior.

— A exportação será um dos vetores da recuperação da indústria — afirmou Coutinho.

O BNDES vai reduzir ainda em até 16% o custo do banco nas operações da Finame, linha destinada a financiamento de máquinas e equipamentos. As melhores condições serão para os bens de capital que induzirem eficiência energética, como equipamentos com o selo Procel.

O banco cortará em até 25% o custo do BNDES no financiamento de capital de giro a micro e pequenas empresas. O objetivo, diz Coutinho, é melhorar a vida das empresas para as quais “o crédito ficou mais seletivo”.

As ações anunciadas ontem vão de encontro à política adotada pelo BNDES no fim de 2014, quando o banco encareceu o crédito para se adequar ao fim dos repasses do Tesouro.

Segundo Coutinho, é possível que medidas com foco em operações diretas — em que o BNDES assume o risco de crédito sozinho e que contemplam em geral empréstimos acima de R$ 20 milhões — poderão ser anunciadas no futuro.

Fonte: O Globo

 

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