AÇÃO AMBIENTAL APRESENTA OPORTUNIDADES E DESAFIOS DOS NOVOS MODELOS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEIS
“O Sistema FIRJAN tem uma cultura de respeito ao meio ambiente e foco na sustentabilidade da indústria. E a economia circular é uma forma de impulsionar a eficiência nas empresas com grandes oportunidades de ganhos ambientais”, declarou Luiz Ernesto Guerreiro, diretor de Qualidade de Vida da Federação.
Um dos cases apresentados foi o da Holanda, que criou uma aceleradora para trabalhar as diversas vertentes do modelo circular de economia com empresas. De acordo com o especialista Douwe Jan Joustra, o Brasil tem um grande potencial para se destacar nessa nova economia. “Redesenhem seus negócios, pensem em como aproveitar ao máximo a matéria-prima e a mão de obra disponível. Mais do que sustentabilidade, economia circular é diz muito sobre fazer negócios”, destacou.
O evento também apresentou cases de micro, pequenas e grandes empresas que conseguiram expandir negócios e ampliar sua rentabilidade por meio dessa economia. Algumas das possibilidades estão na oferta de serviços em substituição à venda do produto, nas novas plataformas de compartilhamento e na utilização de matérias-primas mais duráveis, que otimizam e agregam valor à produção.
“A transição de um modelo linear por um circular envolve a redefinição de valores. Não é só pensar em novos designs de produtos, mas de serviços, de remanufatura”, destacou Beatriz Luz, fundadora da Exchange 4 Change.
No painel que abordou as perspectivas e caminhos possíveis da economia circular, foi discutido como o setor privado, o terceiro setor e o governo podem atuar em conjunto para a difusão do tema. Uma das iniciativas que poderá viabilizar essas parcerias é a criação de uma agência de economia circular, ação que está na agenda do plano estratégico do Rio Resiliente, programa da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Logística reversa
No debate sobre logística reversa, o evento apresentou uma visão geral sobre o tema, com a presença de produtores de embalagens, consumidores e recicladores. A logística reversa está prevista no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionado pela Lei 12.305, em 2010. O plano estabelece que as empresas têm responsabilidade compartilhada sobre a gestão de seus produtos pós-consumo, quando se tornam resíduos.
“Não cabe à indústria substituir o papel da prefeitura, mas o que o PNRS prevê é que o setor industrial deve criar ações complementares e mecanismos para escoar o material coletado por cooperativas de catadores”, explicou André Vilhena, representante do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre).
Ailton Storolli, consultor da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), destacou que a implementação dessa logística deve ser pensada em conjunto entre todos os segmentos envolvidos. “Temos que pensar em um modelo adaptado à nossa realidade, sem colocar em risco a sobrevivência dos setores. As empresas competem no mercado, mas, em relação a esse tema, têm um desafio em comum”, destacou.
O evento também debateu sobre os aspectos práticos da logística reversa para o setor de embalagens, trazendo as iniciativas de organizações não governamentais e boas práticas do setor empresarial.
O Ação Ambiental é um projeto anual da Gerência de Meio Ambiente do Sistema FIRJAN. O seminário foi promovido em parceria com a Exchange 4 Change, o Consulado Geral do Reino dos Países Baixos no Rio de Janeiro e o Cempre.
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Fonte: Sistema FIRJAN