EXPORTAR ETANOL AVANÇADO PARA OS ESTADOS UNIDOS É MOTIVO PARA AS USINAS VOLTAREM A INVESTIR
Segundo Ono, a lei que define a produção e uso de biocombustíveis nos Estados Unidos (Renewable Fuel Standard, RFS2), estabelece que os biocombustíveis que reduzem as emissões de gases do efeito estufa a partir de 50%, são considerados avançados. “Eles contabilizaram todos os elementos que envolvem a utilização nos Estados Unidos do etanol de cana-de-açúcar brasileiro, desde a produção da cana até o diesel que move os navios que transportam o etanol até o país deles. Chegaram a conclusão que o nosso biocombustível reduz a emissão de gás em 62%, por isso, recebeu a condição de etanol avançado, com direito a maior remuneração. O etanol de milho, reduz entre 20 a 30%, assim, não recebeu o título de avançado”, explicou Ono.
Os americanos estabeleceram esse bônus a biocombustíveis avançados para aumentar sua competitividade e garantir sua produção e, com isso, atingir o objetivo de estimular a redução de emissões de gás carbônico. Mas como essa estratégia lógica não é percebida pelo governo brasileiro, que privilegia o combustível fóssil, o estímulo para a continuidade da produção do etanol brasileiro pode vir dos Estados Unidos. Os norte-americanos têm interesse em importar mais, pois têm metas de elevar a participação do chamado etanol avançado – pela regulamentação norte-americana o consumo de biocombustíveis avançados no país deve chegar 136 bilhões de litros em 2022.
Ono salientou que a demanda mundial por biocombustível é crescente, mas a busca é por um etanol mais sustentável, para isso, as empresas precisam de certificações que comprovem a sustentabilidade do produto. ” Esse etanol avançado é proveniente da cana-de-açúcar e o Brasil é o único que produz em escala de exportação. Não podemos perder essa enorme possibilidade. Já existem cerca de 100 empresas brasileiras com as certificações exigidas pelos Estados Unidos e faço um apelo para que mais empresas se certifiquem”, destacou Ono, salientando que abastecer o mercado de biocombustível norte-americano é um grande motivo para voltarem os investimentos na produção de etanol.
Fonte: Universo Agro