Queda de árvores prejudica competitividade das indústrias de Petrópolis
Petrópolis está entre as cidades do Estado do Rio com a maior frequência de interrupções no fornecimento de energia elétrica – problema, em grande parte, causado por quedas de galhos e árvores nas redes de transmissão. A falta de luz, às vezes por tempo prolongado, e a mudança de tensão nas redes prejudicam a competitividade das indústrias. Reunião do Conselho Deliberativo Empresarial da Firjan Serrana aproximou empresários, Prefeitura de Petrópolis e a concessionária Enel para discutir a criação de força-tarefa para tentar buscar uma solução que envolva ações preventivas, como a poda de árvores.
A empresária Waltraud Keuper Rodrigues Pereira, que preside o Sindmmep (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Petrópolis), lembra que a qualidade da energia e as interrupções, por menores que sejam, causam muitos transtornos dentro das empresas. “Uma pequena oscilação na tensão de energia ou um apagão de poucos segundos são suficientes para gerar prejuízos. Hoje, todos os maquinários das indústrias são eletrônicos e qualquer desligamento faz com que a máquina necessite ser reiniciada, causando prejuízos reais, que atingem diretamente a competitividade das empresas, ainda mais diante de um cenário tão delicado como o atual”, esclarece.
Segundo o presidente do Conselho Deliberativo e vice-presidente da Firjan Serrana, Valter Zanacoli, a atuação coordenada da concessionária e da prefeitura vai contribuir para a melhoria do fornecimento para as empresas. “É preciso uma atuação preventiva, com podas, para evitar maiores danos. Um trabalho integrado entre Enel e Comdep, com autorização da Secretária de Meio Ambiente, ajudaria muito neste processo”, destacou Zanacoli, que citou ainda um convênio estabelecido entre Ampla e Prefeitura anos atrás.
Com uma grande área verde, Petrópolis apresenta ocorrências acima da média do Estado do Rio: segundo dados da Aneel, em 2017 foram mais de 30 horas sem luz, se somadas todas as interrupções ao longo do ano. No ano passado, o tempo caiu para 20 horas, enquanto a média do Estado foi de 10 horas.
“Apesar do índice menor, o tempo total ainda é muito grande. Investimentos se intensificaram e houve melhoria na continuidade do fornecimento, mas é preciso avançar mais para ajudar a indústria a ser competitiva”, explicou o presidente.
Em paralelo às ações, a Firjan estuda propostas para que o Código de Posturas do município possa ser mais rigoroso e específico em relação às podas de árvores. Assim como já ocorre em cidades paulistas, o corte de vegetação em terrenos particulares passaria a ser realizado pela Prefeitura, caso o proprietário se recuse a fazê-lo. Os custos seriam incluídos na cobrança do IPTU do imóvel do ano seguinte. Outra possivel emenda seria a exigência de projetos paisagísticos para novos empreendimentos, a fim de evitar o plantio de vegetação sob as linhas de transmissão.
A melhoria da qualidade da energia elétrica no município faz parte da Agenda Regional Serrana do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016-2025. O fornecimento da energia é visto como uma barreira para a retomada do desenvolvimento no município.
Fonte: Firjan